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Foto do escritorJulia Trevisan

O Jardim na casa do idoso

Atualizado: 24 de mai. de 2021

Ter um jardim em casa, plantas no apartamento ou mesmo um jardim comunitário no seu bairro podem ser um excelente aliado para um melhor envelhecimento. Além de ajudar na redução de ansiedade e estresse, cuidar do jardim pode ser uma boa forma de engajar pessoas em realizar atividade física. Uma pequena horta de ervas também é uma ótima pedida para auxiliar no estímulo sensorial do olfato e paladar, que podem sofrer alterações no processo natural de envelhecimento. Nessa postagem, irei abordar os benefícios de se ter um jardim em casa durante o processo de envelhecimento, além de dar dicas de como manter um jardim seguro e acessível. Também irei abordar os benefícios e cuidados para se cultivar um jardim na casa de uma pessoa portadora de demência. Vamos lá?


 

Benefícios do jardim no envelhecimento:


Estudos mostram que cuidar de plantas pode ser um agente de bem-estar no envelhecimento, por promover estímulos físicos e mentais, além de poder ser um protetor cognitivo. Vamos à lista de benefícios:


Redução da sensação de perda (o envelhecimento traz alguns lutos, como a perda de pessoas queridas, mas também perda de mobilidade e perda do emprego vinda da aposentadoria são alguns exemplos);


Oportunidade para desenvolver criatividade;


Auto expressão;


Interação social;


Estímulos sensoriais (ervas e flores com aromas diversos e folhagens com diferentes texturas);


Aumento da autoestima;


Prática de habilidades motoras finas e grossas;


Melhora da coordenação olho/mão;


Prática de atividade física moderada a rigorosa;


Conexão com experiências familiares do passado (estímulo da memória);


Benefícios nutricionais, no caso de cultivo de hortas.


Para alguns, o contato com as plantas também é uma forma de expressar a própria espiritualidade, podendo ser interpretada como uma conexão entre corpo, mente e espírito, sendo até fonte de inspiração de lindos poemas e pinturas.


Muitos benefícios, não é mesmo? Mesmo se morar em um apartamento, ou morar em uma casa pequena e sem espaço para um grande jardim, ter um local para cultivar uma hortinha ou ter alguns vasos já podem trazer alguns (senão todos) dos benefícios citados.


Foto de uma pá verde cheia de terra.
Foto: NeslihanGunaydin no Unsplash
 

Cuidados para se ter um jardim acessível


Mas como ter um jardim que não apresente riscos e que seja o mais adequado ao envelhecimento? Como todos os outros pontos de acessibilidade, é necessário considerar as limitações de cada um e tentar traze soluções individualizadas. Mas, para uma visão geral, algumas dicas já são suficientes para deixar tudo mais fácil e seguro, e sem a necessidade de sair colocando corrimão no jardim inteiro e descaracterizando a área.

Aqui vão algumas dicas para jardins grandes:


O acesso ao jardim deve ser fácil e desobstruído. Cuidado com as soleiras, que podem apresentar um risco de tropeções ou até mesmo escorregões;


Uma área sombreada com um assento confortável logo na saída da porta é uma boa pedida para pessoas que não conseguem andar muito. Só ficar sentado vendo o jardim já traz ótimos benefícios;


Áreas sombreadas com assento em diferentes locais, principalmente se o jardim for muito grande. Uma ótima ideia é de colocar treliças/pergolados com plantas ornamentais ou mesmo comestíveis (uva ou tomate, por exemplo);


Assentos devem ter encosto e braços para apoio na hora de sentar e se levantar. Material de construção mais rígido (como madeira) e assento almofadado para conforto;


O ideal é que, se o jardim for muito grande, deve existir um caminho, ou calçada, com piso nivelado e com alguns locais de apoio;


Dê preferência para plantas que não sejam tóxicas e/ou tenham espinhos. Alguns exemplos de plantas para EVITAR são alamanda, chapéu-de-napoleão, cinamomo, comigo-ninguém-pode, copo-de-leite, coroa-de-cristo, costela-de-adão, espirradeira, hera e tinhorão. Se fizer questão de ter algumas dessas plantas, deixa-las fora do alcance;


Tenha espaços para passarinhos (como comedouros) e flores que atraiam borboletas (como helicônia);


Deve existir um local de fácil acesso com regador, chapéu e outros utensílios de uso no jardim. Esse local deve ser coberto, de fácil acesso e deve estar sempre limpo;


Se possível, construa um canteiro mais alto, onde se possa mexer na terra sem a necessidade de se agachar. O canteiro pode ter um muro para se sentar ou um espaço para encaixar uma cadeira.


Caso o jardim seja pequeno ou se more em um apartamento, ter plantas em locais acessíveis ou mesmo um jardim vertical não muito alto já trazem benefícios. Mas lembre-se de se atentar para não ter plantas tóxicas ou com espinhos.


Foto de horta elevada em camas de madeira
Foto: Environmental Protection Agency (2011)
 

Jardim e demência


Um jardim também é ótimo aliado não farmacológico para pessoas portadoras de demência, também incentivando atividade física, estimulando a memória e reduzindo a ansiedade e agitação. Mas os cuidados com o jardim para a pessoa portadora de demência incluem outros pontos além dos que já discutimos nesta postagem. Além da preocupação em o jardim ter a acessibilidade necessária, atente-se para os seguintes pontos:


O acesso ao jardim deve estar bem visível e ser convidativo, como uma porta com coloração diferente ou maçaneta colorida. Muita atenção caso o jardim dê acesso à rua;


Os caminhos devem estar claros e devem ser contínuos (em círculo, por exemplo) e evitar caminhos com “becos sem saída”;


Pense em colocar pequenos “tesouros” que agucem a memória, como uma bicicleta fora de uso encostada em um arbusto ou um macaquinho de brinquedo sobre uma árvore;


Muito cuidado com as áreas de sombra. Além da sombra poder dar a impressão de haver um buraco no caminho, ao final do dia a projeção de sombras muito compridas podem gerar agitação no fim do dia (síndrome do entardecer).


Para maiores informações sobre como adequar lar para uma pessoa portadora de demência, não deixe de ler nossa postagem sobre design, demência e dignidade.


Quatro fotos de jardins
Foto: Alzheimer's Disease International (2020)
 

Conclusão


A conexão do ser humano com a natureza contribui para o nosso bem-estar geral, e isso não seria diferente na velhice. Assim, ter e cuidar de plantas em casa pode trazer diversos benefícios, principalmente se o nosso jardim for seguro e acessível.


Entre em contato conosco para ajudarmos a deixar toda a sua casa (inclusive o seu quintal) mais adequado às suas necessidades!


Julia Trevisan

Msc em Engenharia


Foto: PedroRamos no Unsplash


Referências Bilbiográficas:

Alzheimer's Disease International. World Alzheimer Report 2020. Design, Dignity, Dementia: Dementia-related design and the built environment. Volume 1&2, Londres, 2020


Environmental Protection Agency. Accessible Gardening: A Community Building Option for Brownfields Redevelopment. EUA, 2011


WANG, D.; MACMILLAN, T. The Benefits of Gardening for Older Adults: A Systematic Review of the Literature, Activities, Adaptation & Aging, v. 37(2), p. 153-181, 2013


MARCUS, C. C. Alzheimer's Garden Audit Tool, Journal of Housing for the Elderly, v. 21 (1-2), p. 179-191, 2007

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