Você já ouviu falar em ambientes amigos do idoso (ou amigos da pessoa idosa)? E você sabe o que significa? Bom, a primeira coisa que precisamos saber é que, esse conceito não apenas se refere à acessibilidade dos ambientes, mas também à promoção de ambientes que favorecem o envelhecimento ativo no decorrer de toda a vida. A imagem a seguir, apresentada pelo Dr. Thiago Herick de Sá no IAGG 2022, mostra a base e as ramificações que ambientes amigos da pessoa idosa devem atender e promover:
Assim, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), ambientes amigos da pessoa idosa (ou melhor, amigo para qualquer idade) são ambientes livres de barreiras físicas ou sociais que promovem saúde e mantêm e evoluem as capacidades físicas e mentais por todo o ciclo da vida. Também permitem que as pessoas, mesmo que percam suas capacidades físicas, continuem fazendo as coisas que lhes são caras. E tudo isso com apoio de políticas públicas, sistemas sociais, produtos, serviços e tecnologias. Dentre a ramificação de serviços, a LAR.i contribui para que pessoas longevas possam viver com menor risco de queda, através da adaptação ambiental para as mudanças fisiológicas vindas com a idade
A OMS define em sua rede global para cidades e comunidades amigas do idoso (2018), que esses locais devem:
reconhecer as inúmeras capacidades dentre pessoas longevas;
antecipar e responder de maneira flexível às necessidades e preferências das pessoas idosas;
respeitar as decisões e escolhas de estilo de vida das pessoas mais velhas;
reduzir desigualdades;
proteger os mais vulneráveis;
promover inclusão das pessoas idosas, permitindo a contribuição em todas as áreas da vida em comunidade.
Um exemplo de como enxergar esses pontos na rotina do idoso foi apresentado no congresso internacional de geriatria e gerontologia (IAGG). Imaginemos que uma pessoa idosa precisa ir ao mercado. Como é esse caminho para ela? Existem opções de transporte acessíveis (fisicamente e financeiramente)? Os ônibus param para ela, dando tempo suficiente para entrar e sair, com assentos confortáveis? Se ela for caminhando, as calçadas estão em boas condições? O tempo de travessia no semáforo é suficiente? Existem bancos e banheiros no caminho? O bairro é seguro e agradável? E no estabelecimento, essa pessoa será bem atendida, de maneira cordial e sem indícios de preconceito ou infantilização? Quando ela voltar para casa, esse lar é acessível, com equipamentos e tecnologias que lhes dê apoio necessário?
São diversos pontos a se pensar, não é? Por isso, a OMS criou não apenas um guia de ambientes amigos à pessoa idosa, como uma comunidade em que gestores públicos e comunidades podem trocar experiências e melhores práticas.
Uma outra organização que também atua para melhorar as cidades para pessoas de todas as idades é a HelpAge International que, em colaboração com a Associação Americana de Pessoas Aposentadas (AARP) e a Organização Panamericana da Saúde (OPAS), criou um manual de como criar comunidades amigáveis para os mais velhos. O manual, chamado de guia “Let’s go!” (Vamos lá!), tem um passo-a-passo de como implementar soluções simples, construir alianças e desenvolver estratégias para um ambiente amigo para todas as idades. Além disso, o manual também apresenta diversas ideias que foram implementadas no continente americano, como um jardim comunitário na Colômbia, rotas de pedestres nos EUA e campanhas para melhorias no transporte público na Argentina. Sem esquecer de uma iniciativa da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) de promover atividade física em Florianópolis com o uso de triciclos.
Não é preciso de grandes investimentos ou soluções complexas para transformarmos nossas cidades e comunidades em ambientes amigos das pessoas idosas ou, na realidade, de qualquer idade. Quando falamos de ambientes com inclusão, respeito, acessibilidade e saúde, falamos de atitudes e ações que beneficiam a todos. Cidades amigas das pessoas idosas só tendem a evoluírem para se tornarem ambientes e comunidades melhores. E, para isso, conte com a gente da LAR.i para oferecermos serviços de alta qualidade e contribuir para esses ambientes amigos das pessoas idosas.
Julia Trevisan
Msc em Engenharia
Foto: Freepik
Ref. Bibliográficas:
DE SÁ, T. H. Age-frendly Environments: developing communities to foster the abilities of older people. In: World Congress of Gerontology and Geriatrics IAGG, 22, 2022, Buenos Aires
Help Age International; AARP; OPS. Let’s Go! Steps for engaging older people and improving communities for all ages. Help Age International, 2022. Disponível em: https://www.helpage.org/what-we-do/society-for-all-ages/let-s-go-guide. Acesso em: 11 de agosto de 2022
OMS. The Global Network for Age-friendly Cities and Communities. Genebra, Suíça. Disponível em: https://www.who.int/publications/i/item/WHO-FWC-ALC-18.4. Acesso em: 11 de agosto de 2022
Comments