Já discutimos em diversas postagens a importância do risco de queda para a população idosa, que 28% a 35% das pessoas com mais de 65 anos sofre ao menos um episódio de queda por ano (subindo para 32% a 42% para pessoas com mais de 75 anos). Sabemos que as quedas resultam em um alto índice de hospitalizações e restrições de mobilidade, gerando dependência e danos psicológicos. Então, como endereçar esse risco? Bem, prevenção sempre é o melhor remédio, com controle das medicações, atividades físicas e adequações ambientais (exatamente aí que a LAR.i entra 😃 ), mas não é possível prevenir 100% das quedas, então sistemas de detecção de queda podem servir como um aliado.
Estamos vendo um aumento da procura por esses tipos de dispositivos, principalmente por pessoas maduras que moram sozinhas e seus familiares. Com o aumento da demanda, surgem muitas dúvidas, além do aumento da oferta de produtos que nem sempre cumprem o que prometem. Assim, vamos esclarecer alguns pontos desses dispositivos nessa postagem. E não se esqueçam que a LAR.i pode te ajuda na escolha do melhor dispositivo de monitoramento, específico para as suas necessidades. Confira AQUI!
Botões de Emergência
Hoje, existe uma abundância de botões de emergência disponíveis para compra (Já falamos um pouco deles nesse post). Esses botões são classificados como dispositivos de detecção ativa de queda, pois precisam ser acionados por alguém, ao apertar o botão. Quando esses botões são acionados, um serviço de emergência entra em contato para ver se está tudo bem e, se não estiver, um familiar é contatado ou é enviada uma ambulância ao local. A reposta irá depender da empresa e tipo de serviço que você pagar por mês.
A grande maioria desses botões não têm detector de queda, então se a pessoa ficar inconsciente após a queda, ou se machucar a ponto de não conseguir pressionar o botão, ele acaba não servindo ao seu propósito. Isso é uma preocupação, pois o tempo que a pessoa fica no chão esperando socorro após a queda irá influenciar diretamente no seu prognóstico. Então, vamos falar dos sistemas que realmente detectam a queda sem precisa de um acionamento por parte da pessoa que caiu.
Tipos de dispositivos que detectam quedas
Os sistemas de detecção de queda irão identificar a queda e então irão alertar o contato de emergência (previamente determinado) de forma passiva. Isso ajuda muito, pois a severidade do acidente depende muito do tempo que a pessoa fica deitada após a queda, então se a pessoa cair e perder a consciência, alguém ficará sabendo imediatamente para tomar uma ação.
Existem basicamente dois tipos de sistemas de detecção de queda: ambientais e vestíveis (wearables). Os dispositivos ambientais são instalados na parede da casa ou mesmo no piso e monitoram apenas aquele ambiente. Então, se a pessoa cair fora de casa, ele não irá detectar. O ponto positivo deles é a pessoa não precisar usar nenhum tipo de equipamento, então não há o risco do esquecimento ou não adaptação a um relógio ou pingente. Além disso, também pode monitorar se a pessoa se levantou da cama, frequência de idas ao banheiro ou se saiu de casa. Esses sistemas podem funcionar por rádio frequência, infravermelho, câmera, sensor de pressão ou até mesmo microfone, mas ainda são muito difíceis de encontrar no mercado nacional. 😢
Wearables
Nos dispositivos vestíveis (wearables), um ou mais tipos de sensores fica preso em alguma parte do corpo como pulso, peito, quadril ou perna. Há inclusive alguns sensores novos que vêm com medição de eletroencefalograma e até com airbag acoplado, para minimizar as consequências da queda. Mas, atualmente, os mais comuns para comprar são os de pulso, como as bands ou relógios inteligentes, que usam uma combinação de giroscópio junto com um acelerômetro (é o caso do AppleWatch 3 e 4). No caso específico do AppleWatch, o algoritmo avalia trajetória e velocidade de impacto em comparação com um limite determinado pelo próprio fabricante, mas isso faz com que a acurácia e sensibilidade para detectar uma queda real sejam bastantes baixas. Dependendo o dispositivo, também vemos um número elevado de falsos positivos.
Os falsos positivos acontecem por que esses sistemas não conseguem filtrar o que é uma queda do que é um movimento normal do dia-a-dia, como ir ao banheiro ou se sentar para assistir um filme. E um alto número de falsos positivos pode frustrar a pessoa que está usando o dispositivo e, eventualmente, ele será desligado. Já os falsos negativos, que acontecem principalmente nos sistemas de smart watches, podem não detectar uma queda real, já que nem toda queda será de uma altura alta e alto impacto.
Conclusão
Os estudos voltados a desenvolvimento de dispositivos que detectam queda estão cada vez mais frequentes e novas tecnologias são desenvolvidas a todo momento. Assim, acreditamos que em breve teremos novos dispositivos disponíveis no mercado com uma acurácia e sensibilidade cada vez maiores. Só precisamos ficar de olho para entender bem o que estamos comprando, avaliando o que cada um realmente pode fazer por nós.
É importante ressaltar que a prevenção de quedas é sempre importante e que nenhum dispositivo trabalha com prevenção. Para prevenir quedas, é importante falar com seus profissionais de saúde, incorporar atividade física no dia-a-dia e deixar seu lar adequado! Para isso e para uma consultoria específica para o seu caso, entre em contato conosco!
Julia Trevisan
Msc em Engenharia
Foto: karlyukav no freepik
Referências Bilbiográficas:
OMS. Global Report on Falls Prevention in Older Age. Geneva: Age-Friendly World | WHO, 2014. Disponível em: https://www.who.int/ageing/publications/Falls_prevention7March.pdf Acesso em: 14 jul. 2021
WANG, Z.; RAMAMOORTHY, V.; GAL, U.; GUEZ, A. Possible Life Saver: A Review on Human Fall Detection Technology. Robotics, v. 9(3), 55, 2020
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