Se você está pensando em construir ou reformar seu lar para deixá-lo preparado para o seu processo de envelhecimento, parabéns! Você representa uma minoria que está no caminho certo! Planejar o futuro e bem estar deveria ser uma prioridade de todos e pode permitir a sua independência dentro de casa por muito mais tempo! Mas quando estamos entrando no processo de construção ou reforma, os detalhes a serem pensados são imensos e às vezes deixamos passar alguns pontos muito importantes. Dentre tantos itens a serem avaliados, o piso não pode ser deixado de lado.
Existem tantas opções no mercado, com uma variedade enorme de material, benefícios e, principalmente, de preço, que podemos facilmente esquecer de olhar para detalhes que podem trazer maiores riscos para a sua nova casa. Assim, para ajudar no processo, descrevemos aqui algumas dicas do que olhar quando estiver escolhendo pelo seu piso ideal.
Envelhecimento é heterogêneo
Antes de começar com as dicas, uma observação muito importante: o processo de envelhecer não é igual para todos. Como já falamos diversas vezes nesse blog, cada um tem o seu processo de envelhecimento, influenciado pela genética, rotina de cuidado e pelas experiências vividas ao longo de tantos anos.
Além disso, cada um tem uma visão de como seria a sua casa ideal, com seus gostos e preferências. Alguns preferem um estilo mais rústico, com detalhes em madeira e couro, enquanto outros preferem um estilo mais minimalista e contemporâneo. Assim, a escolha dos detalhes do piso de cada ambiente terá grande influência do que se acha bonito e aconchegante e das limitações físicas de cada morador. Com isso em mente, vamos às dicas!
Escorregões
A primeira preocupação que se tem em um ambiente onde reside uma pessoa madura é a de evitar escorregões e, consequentemente, quedas. Assim, a escolha de pisos que não sejam muito lisos é a prioridade número um! Isso não quer dizer que temos que colocar pisos antiderrapantes de áreas externas, que são bem abrasivos.
A norma brasileira de acessibilidade (NBR9050/2020) define como devem ser os materiais dos pisos em ambientes acessíveis:
“Os materiais de revestimento e acabamento devem ter superfície regular, firme, estável, não trepidante para dispositivos com rodas e antiderrapante, sob qualquer condição (seco ou molhado).”
Até parece óbvio, mas, se prestarmos atenção, vamos ver que muitos pisos não seguem esses critérios.
Para saber se um piso é realmente antiderrapante, basta procurar por aqueles com teor de atrito acima de 0,4, conforme descrito na caixa do piso ou nas descrições técnicas do site do fabricante. Assim, é possível sim se ter um belo porcelanato na sala, cozinha e banheiro com menor risco de escorregar! Mas, atenção: mesmo com pisos com teor de atrito maior ou igual a 0,4 coloque fitas antiderrapantes em degraus, rampas e no banheiro! (para mais informações, clique aqui para assistir ao vídeo).
Conforto térmico e acústico
Outra característica muito importante para se pensar quando for escolher o piso é o conforto térmico e acústico. Infelizmente, pisos cerâmicos como o porcelanato não apresentam bom isolamento e podem ser muito frios e gerar algum eco ou barulho ao caminhar. Assim, para os ambientes onde se deseja ter maior aconchego, como no quarto, que tal pensar em um piso um pouco diferente?
Uma opção excelente são os pisos vinílicos. Além de promoverem conforto térmico e acústico, são de fácil limpeza e há belíssimas e variadas opções disponíveis para compra. São fáceis de instalar, mas precisam de um contrapiso bem nivelado para não mostrar imperfeições.
Se o lugar da casa for muito frio, pode-se inclusive pensar em carpetes. Além do altíssimo conforto térmico em ambientes frios, ele também promove ótimo conforto acústico e substitui os tapetes soltos, que promovem um maior risco de tropeções. Mas é importante levar em consideração a situação dos moradores, pois a limpeza do carpete pode ser um desafio. Assim, em caso de moradores com incontinência urinária ou que fazem uso de sonda, melhor não optar por esse tipo de piso.
Visual
Já fizemos um post sobre como adequarmos nosso ambiente doméstico para o envelhecimento da nossa visão (veja aqui), então sabemos que a escolha da cor e reflexo do piso são muito importantes.
Ainda, de acordo com a norma brasileira de acessibilidade (NBR9050/2020):
“Deve-se evitar a utilização de padronagem na superfície do piso que possa causar sensação de insegurança (por exemplo, estampas que pelo contraste de desenho ou cor possam causar a impressão de tridimensionalidade).”
Pisos que refletem muito a luz também devem ser evitados, já que muito reflexo pode ofuscar a visão ou trazer ilusão de ótica, o que aumenta o risco de queda. Para se ter uma maior noção de profundidade, busque trazer um contraste de cor entre a parede e o piso, sem grandes diferenças de cores contrastantes, principalmente se houver algum morador portador de demência (mais informações sobre demência nesse post).
Conclusão
A escolha do piso é apenas uma das inúmeras escolhas que se deve fazer quando se está reformando ou construindo um novo lar. Como pudemos ver, existem diversas opções e fatores que impactam nessa escolha, além é claro da questão estética, que tem um grande impacto na nossa qualidade de vida.
Para ajudar com essa e outras diversas escolhas para deixar o seu ambiente adequado ao seu processo natural de envelhecimento, a LAR.i tem serviços que trazem mais segurança e tranquilidade em todos os detalhes para deixar sua casa nova pronta para lhe receber!
Julia Trevisan
Msc em Engenharia
Foto: Diana.grytsku no freepik
Ref. Bibliográficas:
ABNT - ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9050. Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro, 2020.
Falando em acessibilidade, sugiro melhorar a fonte. Está com uma visualização não muito boa, é muito clara e sem contraste, que tal colocar na cor preta?